quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Havia horas estávamos andando em direção à Congregação Presbiteriana do Nazaré, encrustada entre a selva e os bananais de uma cidade do Vale do Ribeira. Eu estava no primeiro ano de seminário (1990) e aquela era a minha primeira visita como um esnobe aspirante a pastor a um povo que misturava simplicidade e aquela esperteza do interior.

Eu e dois amigos queridos, um deles conhecido pela 'pressa' e capacidade de contar causos que fariam rir os fariseus mais sisudos. Nem percebemos quando a sede bateu, sem avisar - na verdade, dizem que é um aviso de que o corpo já devia ter sido irrigado com o líquido que, por não ter sabor algum, é maravilhosamente saboroso. Sobretudo quando se não o acha. E justamente ali, na região que na época era conhecida como o ambiente em que o céu claro e carregado de nuvens cheias d'água disputavam a posse do tempo. Pensei na agonia da corsa que anseia por águas, e mais do que tudo, na agonia do povo que não as encontra, como as caravanas de Semá que o sábio e sofrido Jó descreveu como a foto da decepção diante de amigos que só lhe haviam reservado palavras doutrinariamente precisas, mas vazias da Graça, que costuman vir em canecas simples, ou em algo parecido como aquela folha de uma árvore que, enrolada, trouxe o líquido precioso que matou quem me sofria.

Da outra vez fomos mais espertos. Levamos água suficiente, mas não teriam o mesmo gosto da que descia da serra e que parecia não se importar em desperdiçar-se escorrendo teimosamente em direção a um rio qualquer. A Graça de JESUS é como água, fresquinha, que parece não se deixar aprisionar em frascos que a domesticam e lhe dão forma.

JESUS, Água da Vida. Beba Sem Moderação!

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