quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


Água e leitos - João 4.

Vou re-contar aqui, do meu jeito, aquela história da água que teima em cavar seus leitos a fim de levar esperança a uma terra seca onde a fé se foi faz tempo, se é que um dia andou por lá. Leitos podem até mesmo pensar que são alguma coisa sem água, assim como eu e você, que às vezes pensamos que somos alguma coisa sem A ÁGUA. Às vezes a gente nem percebe que a água se foi e ficou só o vazio, a vala, lembrança do tempo em que vinha gente matar a sede na água que fluía da gente.

Algumas igrejas são como leitos secos. Eles ainda estão lá, mas o povo chega e vai embora, garganta seca, sede prá ser matada em outro lugar, quem sabe a água resolveu cavar seu leito em outras bandas. A história que João conta é assim: de repente Jesus diz: 'galera, estou mudando o meu curso para a Galiléia, mas vou me derramar nas terras de Samaria".
Os discípulos certamente prefeririam ver o fogo do juízo descendo sobre os samaritanos, em vez da água teimosa que leva esperança. Vamos parar com esse negócio de transpor água da Judéia para aquelas terras. Até ouço alguns pastores dizendo isso: "não vamos levar água nenhuma para aqueles povos do outro lado do planeta."

E Jesus se mandou prá aquelas bandas da Samaria. Afinal, água do rio vira nuvem, que o Vento impele, e vai se derramar lá do outro lado... E lá ficaram os fariseus, leitos secos de dar dó. Nem se lembram mais quando foi a última vez que alguém veio beber em suas águas.